SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Associação Entre Disfunção Microvascular Coronariana e Lesão Miocárdica Periprocedimento em Intervenção Coronária Percutânea Eletiva

Pedro Jallad, Roger Renault Godinho, Neuza Lopes, Luis Gowdak, Alexandre Soeiro, Stephanie Rizk, Ludhmilah Hajjar, Roberto Kalil Filho, Alexandre Antonio Cunha Abizaid, Carlos Augusto Homem Campos
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A microcirculação coronariana desempenha um papel crucial na perfusão miocárdica e é cada vez mais reconhecida como determinante dos desfechos clínicos. O índice angiográfico derivado de resistência microvascular (AMR) surgiu como uma ferramenta não invasiva para avaliação da função microvascular. No entanto, a relação entre AMR e a lesão miocárdica periprocedimental (pMI) ainda não está clara.

Objetivos: Avaliar as alterações no fluxo coronariano e na resistência microvascular durante a intervenção coronária percutânea (ICP) eletiva e investigar a associação entre a disfunção microvascular pós-ICP, medida pelo AMR, e a ocorrência de pMI.

Métodos: Foram incluídos pacientes submetidos a ICP eletiva, bem-sucedida e sem complicações, entre junho de 2021 e dezembro de 2023. A fisiologia coronariana foi avaliada por meio de índices angiográficos derivados, incluindo o AMR, a razão de fluxo quantitativo baseada na lei de Murray (μFR) e a razão de velocidade de fluxo coronariano (CFVR). Os níveis máximos de troponina ultrassensível (hsT) foram medidos após a ICP, e a pMI foi definida conforme a 4ª definição universal.

Resultados: No total 330 pacientes foram incluídos no estudo, e a pMI ocorreu em 184 pacientes (55,8%). Após a ICP, μFR aumentou de 0,64 ± 0,21 cm/s para 0,94 ± 0,06 cm/s (p < 0,01). O AMR apresentou um aumento significativo, passando de 174,92 ± 71,88 para 256,22 ± 55,61 mmHg·s/m (p < 0,01), com 86,96% dos pacientes exibindo aumento da resistência microvascular. Entre os pacientes com pMI (55,8%), observou-se uma redução no fluxo coronariano (ΔCFVR: -1,53 ± 5,38 em comparação a 0,26 ± 4,95, p = 0,03), além de níveis significativamente mais elevados de AMR pós-ICP e variação de AMR (ΔAMR) (< 0,01). A disfunção microvascular (AMR >250 mmHg.s/m) foi mais prevalente nos pacientes com pMI, ocorrendo em 56,5% deles em comparação a 39,7% daqueles sem pMI (p < 0,01), sendo essa diferença especialmente evidente nos pacientes que apresentaram redução na velocidade de fluxo (50,0% vs 19,1%, p < 0,01).

Conclusão: Nosso estudo destaca o papel fundamental da disfunção microvascular na ocorrência de pMI após a ICP eletiva, demonstrando que a elevação do AMR e as alterações nos índices μFR e CFVR podem ser utilizadas para a estratificação de risco, auxiliando nas decisões durante a ICP e orientando estratégias terapêuticas direcionadas para melhorar os desfechos pós-procedimento.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025