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Carga aterosclerótica coronariana e Estado Inflamatório: Influência sobre a Cinética do Consumo de Oxigênio durante o esforço submáximo

Isadora S. Rocco, Marcela Viceconte, Fernanda Bezerra Perdigão, Caroline Bublitz, Isis Begot, Rita Simone Lopes Moreira, Francisco Sandro Menezes-Rodrigues, Nelson Hossne Jr, Walter J. Gomes, Solange Guizilini
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A Doença Arterial Coronariana (DAC) é uma das principais causas de morte no mundo, e a carga aterosclerótica, não mais a isquêmica, é agora vista como um preditor-chave nessa população. A inflamação desempenha um papel crucial no desenvolvimento das placas ateroscleróticas e na progressão da DAC. O teste de caminhada de seis minutos (TC6’) é uma ferramenta importante para avaliar a capacidade funcional e a cinética do VO2 em pacientes com DAC, mas a interação desses fatores ainda não foi suficientemente explorada. OBJETIVO:  Investigar como esses fatores se correlacionam com a cinética de VO2 no TC6’ em pacientes com DAC. 

MÉTODOS: Estudo transversal incluindo pacientes com DAC obstrutiva, confirmada por angiografia coronária, foram submetidos a um TC6’ usando um sensor cardiopulmonar telemétrico para avaliar a capacidade funcional e a cinética de VO2 por meio do tempo médio de resposta corrigido pelo trabalho (wMRT). Os marcadores inflamatórios foram analisados ​​por dosagem de proteína C-reativa ultra-sensível, interferon-gama, fator de necrose tumoral alfa e interleucinas (IL), IL-6, IL-8 e IL-10. A carga aterosclerótica coronária foi avaliada pela Escala de Classificação do estudo COURAGE. As análises de correlação foram realizadas de acordo com a distribuição dos dados, usando os coeficientes de correlação de Pearson (r) ou Spearman (rs). RESULTADOS: De 221 pacientes, foram incluídos 34 indivíduos com idade entre 60,3±8,0 anos, apresentando índice de massa corporal de 26,0±3,7kg/cm2, fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 0,50±0,14, distância no TC6’ de 443±66m, VO2 em estado estacionário (VO2SS) de 896±240ml/min e wMRT de 1,64x10-3 ± 1,00x10-3min2/ml. Embora correlacionada com distância e VO2SS (r=-0,472;p=0,002 e r=-0,434;p=0,015, respectivamente), a carga aterosclerótica não se associou ao wMRT (p=0,17). A proteína C-reativa e a IL-8 foram negativamente associadas tanto à distância quanto ao VO2SS (rs=-0,428;p=0,001/ rs=-0,543;p=0,001 e rs=-0,438;p=0,014/ rs=-0,407;p=0,019) e positivamente correlacionadas com wMRT (rs=0,412;p=0,022/ rs=0,505;p=0,003). CONCLUSÃO: Em contraste com a carga anatômica, os marcadores inflamatórios foram associados tanto à intensidade da caminhada quanto à cinética do VO2. Portanto, a inflamação parece mais crucial para os mecanismos de resposta ao exercício do que a estenose coronária, sugerindo uma mudança de paradigma em nossa compreensão das repercussões clínicas da DAC obstrutiva. Ações capazes de atenuar o perfil inflamatório podem melhorar a capacidade de exercício e o prognóstico.

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