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Escala de Mobilidade na UTI como Indicador de Qualidade e Barreiras ao Ortostatismo no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca

Caroline Bublitz, Amanda Felix Gomes, Edson Magalhães, Nícolas Mendes Freihat Henrique, Mayara Aparecida dos Santos, Nelson Hossne Jr, Walter J. Gomes, Solange Guizilini, Isadora Salvador Rocco
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A mobilização precoce no pós-operatório de cirurgia cardíaca é fundamental para a recuperação e melhores desfechos clínicos. Sua implementação nos protocolos assistenciais pode impactar positivamente a evolução dos pacientes.

Objetivo: Avaliar indicadores de mobilidade e principais barreiras à mobilização no pós-operatório precoce após a cirurgia cardíaca, e sua associação com desfechos clínicos.

Método: Estudo observacional analítico realizado em uma unidade de terapia intensiva de pós-operatório (UPO) de hospital terciário. Foram analisados marcos de mobilidade de pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca por meio da Intensive care unit Mobility Scale (IMS) e o tempo de internação na unidade de terapia intensiva (UTI) e hospitalar. Os desfechos avaliados incluíram taxa de reconciliação funcional (IMS >3 comparando admissão e alta da UTI), taxa de deambulação na alta (IMS ≥7) e tempo até o primeiro ortostatismo (IMS ≥4). Os dados foram apresentados com estatística descritiva, incluindo frequência relativa, mediana e amplitude interquartil (AIQ).

Resultados: Foram analisados 69 indivíduos e evidenciadas reconciliação funcional em 91,7% dos pacientes e deambulação na alta em 86,3%. O tempo até o primeiro ortostatismo foi de 3 (AIQ: 2) dias, e o tempo de internação hospitalar foi de 7 (AIQ: 6) dias. As principais barreiras ao ortostatismo foram o dreno mediastinal não-encapsulado (36%), instabilidade hemodinâmica (27%) e impossibilidade clínica (23%). A insuficiência respiratória aguda foi identificada em 14% dos casos. O tempo até o ortostatismo correlacionou-se significativamente com a internação hospitalar (rho = 0,878; p < 0,001), assim como o IMS na alta da UTI (rho = -0,452; p = 0,006).

 

Conclusão: A IMS mostrou-se uma ferramenta útil para monitorar a mobilidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca. A maioria dos pacientes alcançou reconciliação funcional e deambulação na alta, porém a mobilização precoce foi impactada por barreiras como dreno mediastinal não encapsulado, instabilidade hemodinâmica e impossibilidade clínica. As correlações entre os indicadores de mobilidade com o tempo de hospitalização reforçam a importância da identificação e manejo precoce dos fatores limitantes para otimizar a recuperação e reduzir o tempo de hospitalização no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

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