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Clínica, biomarcador ou imagem? Qual o melhor estratificador de risco em pacientes após alta hospitalar por insuficiência cardíaca agudamente descompensada?

Flávio Henrique Valicelli, Sheila Carrara Hermann, Anderson Donizeti Rodrigues Dias, Fernando Saraiva Coneglian, Denise Mayumi Tanaka, Henrique Turin Moreira, Marcus Vinicius Simões
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO - - SP - BRASIL

Introdução: Métodos clínicos como o Escore Clínico de Congestão do Estudo Everest (ECC) e a ultrassonografia pulmonar (USP) são empregados para avaliar a congestão e estratificar o prognóstico antes da alta hospitalar de pacientes com insuficiência cardíaca aguda descompensada (ICAD). Objetivamos avaliar biomarcadores e achados de congestão residual pelo emprego do USP e do ECC em pacientes pré-alta hospitalar (PAH) por ICAD e correlacionar estes achados com ocorrência de eventos clínicos significativos na fase vulnerável (90 dias após alta hospitalar). Métodos: Investigamos 100 pacientes consecutivos internados por ICAD, idade 58,2±13,7, 54% masculinos, FEVE=27,9±13,3, tempo de internação 11,2±5,6 dias, sendoavaliados na PAH com: 1. ECC, sendo positivo se apresentasse edema, ortopneia ou estase venosa jugular; 2. Ultrassom pulmonar (USP) avaliando 8 campos pulmonares para detecção de linhas B (LB), sendo positivo para congestão se ≥ 1 campo pulmonar mostrasse ≥ 3 LB, 3. Ultrassom de veia cava inferior (USVCI), sendo considerado positivo se o calibre expiratório da VCI ≥ 21 mm e 4. Dosagem séricas de NT-ProBNP e creatinina. Desfechos clínicos de uso de furosemida endovenosa (FURO), re-internação por ICAD (REIN) e morte por qualquer causa foram monitorados na fase vulnerável de 90 dias após a alta hospitalar. Análise de regressão de Cox, uni e multivariada, foi utilizada para testarmos a correlação entre os resultados das variáveis investigadas e desfechos clínicos. Resultados: O ECC na PAH foi positivo em 39 (39%) dos pacientes, com detecção de turgência venosa jugular em 30%, ortopneia em 11% e edema em 4%. O USP foi positivo em 30% dos pacientes. O USVCI foi positivo em 34 pacientes (36,6%). Ocorreram 26 eventos na fase vulnerável, sendo 16 (16%) FURO, 23 (23%) eventos combinados de IC (FURO ou REIN) e 7 (7%) óbitos. A tabela 1 apresenta a análise de regressão univariada da correlação dos biomarcadores, ECC, USP e USVCI com os desfechos.  A tabela 2 apresenta a análise de regressão multivariada incluindo as variáveis que mostraram correlação univariada positiva. Conclusão: Nossos resultados indicam que congestão residual é encontrada em cerca de 1/3 dos pacientes na PAH por ICAD e que o ECC é efetivo em identificar congestão clinicamente significativa que se associa a risco elevado de eventos após a alta, ao lado dos biomarcadores. O emprego do USP e USVCI, apesar de identificar congesto subclínica, não se associou a maior risco de eventos nesta população.

 

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