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Preditores de todas as causas de morte em mulheres e homens com estenose aórtica grave sintomática e fração de ejeção preservada

Solange Desirée Avakian, Flávio Tarasoutchi, Antonio de Padua Mansur
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) é amplamente reconhecida como um dos principais preditores independentes de mortalidade na EA. No entanto, entre os pacientes com EA sintomática e FEVE preservada — o subgrupo mais prevalente — os preditores independentes de morte podem diferir significativamente entre os gêneros.

Objetivo: Analisar os preditores independentes de mortalidade em pacientes com EA e FEVE preservada, comparando mulheres e homens.

Métodos: Foram analisados 525 pacientes com EA e FEVE preservada (≥50%) com indicação de intervenção valvar entre abril de 2020 e dezembro de 2024. A EA grave foi confirmada por ecocardiografia. Foram avaliadas características clínicas, parâmetros ecocardiográficos e a presença de doença arterial coronariana (DAC), definida como lesões com redução luminal >50%.

Resultados: A média de idade foi de 75,4±10,6 anos, e 313 (53%) dos pacientes eram do sexo masculino. Durante um acompanhamento médio de 2,9±1,5 anos, ocorreram 216 (37%) óbitos, dos quais 170 (79%) foram atribuídos a doenças cardiovasculares e 46 (21%) a outras causas. Os pacientes que evoluíram para óbito eram mais velhos (77±10 vs. 75±11 anos; p=0,026), apresentavam maior prevalência de fibrilação atrial (FA) (20% vs. 14%; p=0,025) e tinham maior IMVE (121±31 vs. 113±30 g/m²; p=0,004). Entre os homens que faleceram, observou-se maior prevalência de diabetes (43% vs. 27%; p=0,010) e menor FEVE (61±5 vs. 63±5; p=0,042). Entre as mulheres que faleceram, houve maior prevalência de DAC (41% vs. 24%; p=0,007), FA (8% vs. 4%; p=0,010) e maior IMVE (118±33 vs. 109±30 g/m²; p=0,033). A mortalidade cumulativa foi maior na presença de DAC (K-M: p=0,006). Na análise estratificada por gênero, essa associação foi observada apenas em mulheres (K-M: p=0,039). Na análise multivariada, DAC [HR=1,53 (IC 95%: 1,14-2,05); p=0,004] e IMVE [HR=1,01 (IC 95%: 1,00-1,01); p=0,012] foram variáveis independentes associadas ao óbito na população total. Entre as mulheres, a DAC [HR=1,85 (IC 95%: 1,19-2,87); p=0,005] foi o principal preditor de mortalidade, enquanto entre os homens, o diabetes [HR=1,73 (IC 95%: 1,14-2,60); p=0,009] mostrou-se o fator de risco mais relevante.

Conclusão: Os resultados evidenciam a necessidade de abordagens específicas de acordo com o gênero na EA. Em mulheres, uma estratificação mais detalhada da DAC é essencial, enquanto em homens, o controle do diabetes deve ser intensificado.

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