INTRODUÇÃO: A doença reumática crônica do coração é uma sequela de infecções na orofaringe por estreptococos, particularmente a faringite estreptocócica, que quando não tratada de forma adequada, pode evoluir para febre reumática e subsequente lesão valvular permanente. Esse quadro é caracterizado por danos progressivos nas válvulas cardíacas, levando à insuficiência valvular e insuficiência cardíaca subsequente. Os principais sintomas incluem dispneia, fadiga, ortopneia e edema periférico. A patogênese da doença está relacionada a uma resposta imunológica inadequada que resulta em inflamação e fibrose das válvulas cardíacas e a prevalência é mais significativa em populações com histórico de episódios de febre reumática na infância. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico da doença reumática crônica do coração em São Paulo no período de 2020 a 2024. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico ecológico e transversal com os dados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Ministério da Saúde do Brasil. O objeto de pesquisa foi o CID I09 (doenças reumáticas crônicas do coração) no período de 2020 a 2024 em São Paulo. Os fatores de inclusão foram faixa etária, sexo, cor/raça. RESULTADOS: Entre 2020 e 2024, o número de hospitalizações por doença reumática crônica do coração em São Paulo aumentou a cada ano, sendo 2024 o ano de maior incidência (25,35%). Quanto ao sexo, a maioria dos casos ocorreram em mulheres (63,99%). No que tange a cor, pessoas brancas corresponderam ao maior percentual (72,33%). Referente à faixa etária, percebe-se que indivíduos de 60-69 anos foram os mais atingidos (26,96%). CONCLUSÃO: O atual estudo apresentou um resultado compatível com a elevação no número de hospitalizações em decorrência do agravo da doença reumática crônica do coração, uma vez que amigdalites frequentes, pouco acesso a cuidados médicos e falta de saneamento básico favorecem cada vez o aumento dos casos. Diante disso, nota-se a maior prevalência em mulheres da cor branca e faixa etária de 60-69 anos. Logo, é fundamental enfatizar a necessidade de políticas públicas voltadas a cada região de risco, tanto pela ausência de acesso aos ambientes de saúde quanto pela falta de saneamento básico. Portanto, é importante o direcionamento da atenção voltada para prevenção da febre reumática e seus agravamentos, como a doença reumática crônica do coração.