Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença multifatorial geralmente assintomática. O tratamento tem como objetivo o controle da pressão arterial (PA) visando redução da morbimortalidade, para que isso ocorra é necessário que o paciente entenda a gravidade da doença e a importância da adesão. Sendo o farmacêutico um profissional apto a oferecer suporte aos pacientes por meio da educação em saúde. Métodos: Estudo retrospectivo, realizado no Hospital Terciário Especializado em Cardiopneumologia em São Paulo. Foram coletados dados, por meio do prontuário, dos pacientes acompanhados por Unidade Clínica de Hipertensão, no período de janeiro de 2024 a janeiro de 2025. Utilizou-se o método estatístico descritivo para as variáveis e foi aplicado o teste de Shapiro Wilk em todas as análises. Para avaliar a quantidade de medicamentos prévios e mantidos após a internação, foi utilizado o teste t de amostras emparelhadas. O intervalo de confiança foi de 95% e o valor-p para determinar a significância estatística foi de 5% (p < 0,05) para todas as análises. Resultados: Foram incluídos no estudo 53 pacientes, sendo 73,5% (39) do sexo feminino e a média de idade foi de 60,84 anos (±12,3). Os principais motivos de internação foram:41,5% (22) investigação de falta de adesão à farmacoterapia prescrita, 30,2% (16) descompensação de doença cardiovascular e 17,0% (9) comprometimento renal. A média de medicamentos anti-hipertensivos em uso antes da internação foi de5,3 (±1,8), enquanto na alta hospitalar, a média prescrita foi de3,6 (±1,7) com redução significativa (p < 0,001). O tempo médio de internação foi de 14,3 dias (±13,8). Dos pacientes avaliados, foram realizadas 50 (94,3%) orientações farmacêuticas na alta hospitalar, com a entrega de uma tabela de orientação farmacêutica, contendo o aprazamento dos medicamentos prescritos e folder explicativo, com orientações gerais sobre os medicamentos. Os pacientes retornaram em consulta médica em média 45,6 dias (±43,2) após a alta hospitalar e a média de medicamentos após esta consulta foi de 3,8 (±1,6), demonstrando estabilidade após a orientação farmacêutica. Conclusão: A internação hospitalar contribuiu na redução significativa das classes anti-hipertensivas prescritas e a estabilidade terapêutica manteve-se na avaliação médica ambulatorial, evidenciando que a atuação do farmacêutico clínico na orientação de alta hospitalar fornecendo informações sobre o tratamento medicamentoso contribuiu de maneira a corroborar para maior adesão ao tratamento.