Introdução: O teste de degrau de seis minutos (TD6) é amplamente utilizado para avaliar a capacidade funcional, especialmente em pacientes com condições cardiorrespiratórias. Em indivíduos com COVID-19 leve aguda, compreender os fatores que influenciam o desempenho no teste pode ajudar no monitoramento da recuperação e do estado funcional. A análise de bioimpedância elétrica (BIA) oferece um método econômico para avaliar a composição corporal. De maneira semelhante, a função pulmonar desempenha um papel importante. Este estudo tem como objetivo prever o desempenho no TD6 em pacientes com COVID-19 leve aguda utilizando a BIA e a função pulmonar. Métodos: Este estudo observacional transversal incluiu participantes com 18 anos ou mais que haviam se recuperado de COVID-19 leve. O TD6 foi realizado seguindo diretrizes internacionais. A composição corporal foi avaliada por meio da análise de bioimpedância elétrica com o dispositivo InBody 720. As seguintes variáveis foram consideradas: peso (kg), IMC (kg/m²), taxa metabólica basal (TMB, kcal) e percentual de gordura corporal (PGC). A espirometria foi realizada para avaliar a função pulmonar. O TD6 foi realizado para avaliar a capacidade funcional, instruindo os participantes a subir e descer de um degrau de 20 cm em ritmo autônomo durante seis minutos. Um modelo de regressão linear múltipla foi aplicado para avaliar a influência da composição corporal e da função pulmonar no desempenho do TD6. Resultados: A idade média foi de 35 anos (±12), sendo 58% mulheres (n = 23). O IMC médio foi de 27,55 kg/m² (±5,65); o PGC foi em média 31,28% (±11,23), e a TMB foi de 1534,98 kcal (±247,47). Em relação à função pulmonar, o VEF1 médio foi de 3,26 L (±0,70), correspondendo a 94,58% (±12,76) dos valores previstos. A CVF média foi de 3,98 L (±0,87), equivalente a 97,53% (±12,13) dos valores previstos. A relação VEF1/CVF apresentou média de 0,81 (±0,66). O modelo de regressão mostrou que idade, VEF1 (%) e PGC (%) foram preditores significativos do desempenho no TD6. Para cada ano de aumento na idade, o desempenho no TD6 diminuiu em 1,749 degraus (p < 0,001). Valores mais altos de VEF1 (%) e menores de PGC (%) foram associados a melhor desempenho (p = 0,004 e p = 0,002, respectivamente). A TMB não influenciou significativamente o desempenho (p = 0,167). O modelo explicou 52,2% da variância. Conclusão: função pulmonar e a percentual de gordura corporal são poderosos preditores da performance em pacientes com COVID leve, explicando mais de 50% da performance do TD6.