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DESCONTINUAÇÃO VERSUS CONTINUAÇÃO DE INIBIDORES DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA ANTES DE CIRURGIA NÃO CARDÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE

Francinny Alves Kelly, Guilherme Valle, Ana Luiza de Carvalho, Pedro Lucas de Carvalho, Clara Dantas, David Abraham da Hora, Thiago Rebelo, Danilo Ribeiro, Pedro Henrique Wagner, Sharie Lohanna
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - MANAUS - AM - BRASIL

 

Introdução:  A utilização de inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) em cirurgias visa prevenir quadros hipotensivos, injúria miocárdica intraoperatória e mortalidade, especialmente em pacientes idosos. No entanto, ainda há questionamentos sobre a continuidade dessa terapia em pacientes jovens (menores de 18 anos) submetidos a cirurgias não cardíacas. Diante disso, por meio da síntese da literatura, busca-se avaliar se a manutenção ou suspensão dos IECA nesse perfil populacional influencia os desfechos hemodinâmicos e cardiovasculares intraoperatórios.

 

Métodos: Foi realizada uma busca em bases de dados de estudos publicados no PubMed, Web of Science, Cochrane e Scopus. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais comparando a descontinuação versus a continuação de inibidores do sistema renina-angiotensina antes de cirurgia não cardíaca. A razão de risco (RR) foi usada para desfechos binários com intervalos de confiança (ICs) de 95%. A heterogeneidade foi avaliada com estatística I² e valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. A análise estatística foi realizada utilizando o software estatístico R versão 4.4.1.

 

Resultados: Sete estudos foram incluídos em nossa meta-análise, com um total de 13,294 pacientes que foram descontinuados de IECAs e 4,938 que continuaram as medicações. As análises do nosso estudo revelaram uma diferença estatisticamente significativa relacionada aos eventos de injúria miocárdica, favorecendo o grupo de descontinuação de IECA em comparação ao grupo de continuação (RR 0.3688; IC 95% 0.1457 a 0.9237; P = 0.033; I2 = 96.8%). Entretanto, o desfecho de mortalidade não demonstrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos (RR 0.4933; IC 95% 0.1497 a 1.6251; P = 0.2453; I2 = 96.9%).

Conclusão: Nesta revisão sistemática e meta-análise, analisamos a continuação versus descontinuação dos inibidores do sistema renina-angiotensina antes da cirurgia não cardíaca. A descontinuação dos IECAs apresentou uma incidência menos significativa nos eventos de lesão miocárdica em comparação com o grupo de continuação, embora não tenha havido diferença significativa na mortalidade dos pacientes. Apesar disso, a eficácia potencial da descontinuação dos IECAs deve ser esclarecida por meio de novos e maiores ensaios clínicos randomizados.

 

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