A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco cardiovascular e está associada a complicações graves, como acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e morte prematura. Segundo o Guideline da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2024, a HAS é definida por valores pressóricos ≥140/90 mmHg, sendo a "pressão elevada" classificada entre 120-139/70-89 mmHg. O controle da HAS representa um desafio para os sistemas de saúde, devido aos altos índices de não adesão ao tratamento e dificuldades na modificação do estilo de vida. Este estudo objetiva analisar a mortalidade por doenças hipertensivas na Região Sudeste do Brasil entre 2019 e 2023, identificando padrões epidemiológicos e potenciais fatores associados.
Estudo ecológico, descritivo e retrospectivo, com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), extraídos do DATASUS. Foram analisadas internações e óbitos por doenças hipertensivas na Região Sudeste entre 2019 e 2023, considerando distribuição por estado, ano, sexo, faixa etária, cor/raça e escolaridade.
Entre 2019 e 2023, ocorreram 138.450 óbitos por doenças hipertensivas na Região Sudeste. O número de óbitos aumentou progressivamente até 2021 (30.423), seguido por quedas em 2022 (28.571) e 2023 (26.842).
São Paulo concentrou 40% dos óbitos (n=55.594), seguido por Minas Gerais (28%; n=38.510), Rio de Janeiro (27%; n=37.426) e Espírito Santo (5%; n=6.920). A mortalidade foi maior entre idosos acima de 80 anos (42%), mulheres (54%) e indivíduos brancos (55%).
Quanto à escolaridade, 25% dos óbitos ocorreram em indivíduos com 4 a 7 anos de estudo e 15% entre pessoas sem escolaridade.
Os dados indicam redução na mortalidade por doenças hipertensivas nos últimos anos, mas os números seguem elevados, especialmente em São Paulo. A hipertensão arterial permanece um grave problema de saúde pública, exigindo estratégias eficazes para aumentar a adesão ao tratamento e reduzir complicações fatais.
Diante disso, medidas como fortalecimento da atenção primária, ampliação do rastreamento populacional e otimização do manejo medicamentoso são essenciais para mitigar os impactos da HAS na mortalidade cardiovascular.